Se o incêndio beneficiaria Odilon, porque Fauzi o faria?
Segunda-feira, 22 de Setembro de 2008 | 16:00Hs
Edson Paim - FM PAN de Aquidauana - MS
É elementar, meu caro Watson”:
Qualquer adversário, por mais incauto que fosse saberia que um incêndio, “plantado”, no comitê do adversário, só poderia beneficiar tal candidato.
Por isto, a acusação, à priori, parece inverossímil.
Em vésperas de eleições, os desesperados costumam usar de expedientes escusos.
À vezes dá certo.
Uma mentira repetida, muitas vezes, ganha foro de verdade!
Principalmente se a apuração do fato demorar.
Algo me diz que este caso pode corresponder a uma nova Carta Brandi.
Essa carta foi forjada para prejudicar a candidatura de Juscelino e foi usada, sem cerimônia, pela UDN, incapaz de vencer uma eleição nacional, mediante a prática de jogo limpo.
Porque o PTB não poderia usar do mesmo expediente, pois descende da UDN, em linha direta, passando pela ARENA e pelo PFL, sendo, portanto, legítimo herdeiro dos seus métodos, pois todos eles surgiram de maquinações do Ministro Golbery do Couto e Silva.
No caso do PTB, o cognominado “bruxo” articulou a entrega da legenda histórica a Ivete Vargas, para impedir que ela voltasse às mãos de Brizola, motivo pelo qual, em uma memorável reunião no Palácio Tiradentes, no Rio de Janeiro, ele rasgara a bandeira do PTB.
Agora, infelizmente, é o próprio PDT que, em Aquidauana, cai nas mãos dos seguidores da UDN e de Golbery, para desgraça do trabalhismo histórico brasileiro e, para ultraje da memória de Leonel Brizola.
Vejamos a história da Carta Brandi:
Quando Juscelino postulava, pelo PSD, a Presidência da República, o avanço de sua candidatura assustava a UDN.
Em oposição, o General Juarez Távora foi lançado pelo Partido Democrata Cristão (PDC), que recebeu o apoio do Partido Socialista Brasileiro (PSB).
A UDN passou a apoiar Juarez Távora, indicando para vice Mílton Campos.
Ademar de Barros se lançou pelo Partido Social Progressista (PSP), tendo como vice Danton Coelho.
Durante a campanha foi divulgada uma carta, datada de 5 de agosto de 1953 e endereçada ao então ministro do Trabalho, João Goulart, mencionando contatos secretos que este teria mantido com Juan Domingo Perón, então presidente da Argentina, para implantar uma república sindicalista no Brasil.
A raivosa e golpista UDN insistia na veracidade da carta.
O suposto autor, o deputado argentino Antonio Jesus Brandi, revelava também a existência de contrabando de armas argentinas para o Brasil.
Para averiguar as denúncias foi aberto um inquérito policial militar (IPM), presidido pelo general Emílio Maurel Filho, que concluiu pela falsidade da Carta Brandi.
A UDN que já acreditava na vitória da chapa JK-Jango, lançou mão de outro expediente para impedir sua posse.
Às vésperas do pleito apresentou uma emenda constitucional transferindo para a Câmara dos Deputados a eleição presidencial no caso de o eleito não conseguir maioria absoluta.
Não conseguiu, porém, aprová-la.
Queria mudar as regras depois do jogo começado.
Outra tentativa udenista:
Consistia em Impedir a posse de Juscelino, mediante conspiração, com o apoio do Presidente Café Filho (Vice de Getúlio) e do Presidente da Câmara dos Deputados, Carlos Luz, o qual substituiu Café Filho na Presidência da República, ambos afastados pelo então Ministro da Guerra, General João Baptista Dufles, permitindo não só a posse de Juscelino, como o exercício de seu mandato histórico.
Como a história se repete, pode estar acontecendo agora, como ocorreu no passado, o tiro acabar saindo pela culatra, pois não se pode subestimar a inteligência do povo e, muito menos, tripudiá-lo.
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